Eu vejo Deus nos seus olhos, mas não sei o que Ele vê nos meus. Espero que ele não se frustre comigo tanto quanto eu quando me olho no espelho e vejo meus erros. Ou não espero, não quero. Mas é inquietante, é desespero. Infelizmente eu posso agir, construir e às vezes sorrir, porém, infelizmente possuo baldes cheios d'água a qualquer instante, e sempre vejo meus castelos de areia ruírem. Em certos momentos fico buscando pensamentos felizes, como os de andar na areia da praia. Entretanto, em relances, sentimentos me fazem no mar da minha mente e nunca mais sair.

Vivo a me afogar, a me magoar... eu queria que a culpa fosse de outro, não minha, mas infelizmente, eu sou o Deus que vejo em todos os reflexos da vida.

É como se eu já tivesse lido e relido tudo, é como se não fosse o bastante olhar para cima e não ver nada, tinha de brotar, ou nascer, algo no peito para dizer: Ei, não era para ser você, nunca seria.
Eu simplesmente olho para a poça d'água e me vejo, me olho... sempre concluo que por mais límpida que fosse a água minha imagem sempre levaria um pouco de lama. Realmente, sou desesperado e perdido, acoado e aflito, eu não me entendo como também não entendo ninguém. Eu tenho tanto medo de perder que nem vejo que já perdi, que não sou mais útil, que não importa eu ter escolhido ficar.
Se o adeus soa como nunca mais, o que é o tchau? O tchau me soa tanto, mas tanto como um princípio de nunca mais, como algo que vai se acabando, que está pegando impulso para levantar voo do repouso que fez ao meu lado.
Eu não tenho medo de ficar sozinho, eu tenho medo de me sentir insuficiente. 

Universo em Vermelho

Deixe-me pensar
não preciso decidir o que devo fazer,
não quero decidir
nem quero sequer sentir
não quero ser poeta
isso só me afeta
se eu sorrir é de o quão tolo eu sou
pois se nada mudou,
onde é que eu estou?
eu grito para mim mesmo
não vá!
E respondo para mim mesmo...
O que que há!?
De que adianta ficar?
A quem enganar?
O único autômato que em mim faz sentido é aquele que cabe onze cargas
e que explode com tudo
como se o universo fosse feito de fogos de uma única cor,
vermelha.
seria como um ferrão de abelha,
tudo em volta da picada adormece...
depende da alergia,
se tiver  perece,
e não há prece.
Sereno aparento
oxido por dentro.







Ícaro Leandro