Sinto vontade de
escrever, não sei se eu provoco a minha vontade, ou se ela é quem me dá vontade
de escrever....
Não gosto do tom
precipitado, muito menos de parecer precipitado, mas exalto, emano, sinto e
grito num silêncio sorridente que a desejo da minha maneira. Não na clássica
maneira dos alheios.
É como se tudo
passasse, como se tudo existisse e cumprisse sua função, independente de sua
obrigação, e eu só ficasse no tempo que é insistente no seu não passar,
principalmente quando eu estava esperando ela voltar para dar apenas um oi,
para prolongar uma conversa de dois minutos ou sete horas. E é como se todo
esse tempo se estendesse em suas formas mais infinitas e exuberantes,
principalmente por todas estas esperas se transbordarem com ela no meu
pensamento.
Os beijos ainda pulsam
em meus lábios, eu sinto falta deles, assim como sentia em cada pausa que fazíamos,
exceto nos momentos em que abria os olhos para observa-la, aí, nestas horas, os
hiatos valiam a pena, pois ali eu tinha alguém que eu desejara durante dias, e
que me consumiu estes dias de uma maneira boa, leve, sem pressão, como nunca
antes, sem os velhos sensos que só servem para distrair alguns que entram neste
vício. Ali eu tinha alguém que estranhamente se encaixava em mim desde antes deu
pode-la tocar.
No meu verbo do momento
digo estas coisas para o papel, mas me sinto um louco mais que precipitado, e
que mesmo assim em sua busca achou a rima condizente para a última do ditado, porém,
vou completar assim para não dizer muito mais, para que ela, quando ler isto, não
ache que sou apressado. Não ache também que mantenho unicamente interessado,
muito mais que isso, muito mais que inspirado.
Ícaro L. M. de Souza.