quinta-feira, junho 20, 2013

Roda da volta à vida

            Impiedosa era a vida que eu levava, impiedoso era eu que me calava perante a minha própria sombra, mesmo ainda na prematuridade, regida pela ignorância, já conseguia me afogar na lama dos meus pensamentos, tamanha era minha tolice, esta que eu jogava aos outros, que julgava longe de mim. Perdido eu já sabia que estava, mas predestinado eu não aceitava.
            Percebia o universo fluíndo enquanto eu caía, toda aquela roda girava só para me levar ao meu verdadeiro lugar, mas antes de chegar, dormi, e acordei nos sonhos, alguns me pediam socorro, outros me derrubavam com a minha vontade... antes não via assim, antes eu não me enxergava a empurrar o verdadeiro eu da escada. Eu segurei a arma, as sombras puxaram o gatilho, mas no fim era eu quem me atingia.

            Se aquelas verdades fossem uma cobra, hoje eu estaria blasfemando deitado no eterno colchão material, mas aquelas verdades se explicaram como uma criança, uma inteligência de expressão simples, que calou minhas calúnias, e sem julgar, me levou para o lugar que estou.

Ícaro L. Mendes

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